quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano novo, vida nova!

Ouviu o primeiro estrondo e aproximou-se da janela do seu vigésimo andar. A noite escura era o cenário ideal! Mais um foguete subia em fúria para se desintegrar em luz e festa. Era o novo ano que chegava! Sabia que a vida era feita de contrastes, e por isso imaginou a sua queda, vertiginosamente bela, até se estatelar no chão. Festa é festa, e há ideias que não se têm em vão...

Carlos Lopes

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Pensava-te morta mas vi-te levantar, com o Sol nos olhos e a iluminar o mundo.

Manuel Santos

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Preocupações

Regressado de Madrid, estou pronto para regressar à escrita. Vamos dar ao blog o esplendor de antigamente, "bora"? (:
Tiago Correia.

Preocupações

Para abrir os olhos ao acordar teve que fechar o coração ao adormecer.

Esse local

Posto isto, embarquei rumo ao local para onde vão as almas sem perdão. Mas quando condenado a esse fogo, tiveste compaixão e levaste-me contigo para esse lugar onde não chove.
Não há alma sem perdão.

Pedro r Cal
Por favor será possível alguém fornecer um pré-aviso do futuro? Tudo o que peço é que me dêem uma árvore. Só isto. Das raízes trato eu.


cati

sábado, 26 de dezembro de 2009

No meio da minha caminhada, deparei-me com duas cascatas. Analisei as duas. No fim de uma delas, observei consecutivos rápidos, separados por curta distância uns dos outros. No fim de outra, fintei um rio, semelhante a um lago, comprido e parado.
A fonte deste viver nem sempre termina em águas calmas.

Maria M. Ramos

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal!

Neste "mundo ao contrário", o Natal não escapa à avalanche do consumo e blá, blá, blá... Por isso, há que inventar histórias para melhorá-lo. Histórias com palavras por dizer.

Um Feliz Natal para o 10ºC!

* (não tenho tido muito tempo para comentar as vossas narrativas, mas prometo voltar à carga brevemente.)

Carlos Lopes

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Estrelas

Adormeceu enquanto estava deitado a olhar as estrelas, na noite escura da floresta, encostado ao pelo quente do cão que dormitava junto dele. Para ele foi o melhor natal.

Manuel Santos

O Bom do Mau

São aquelas dores que nos tornam insensíveis, que mais tarde recompensam o esforço e trazem alegrias.
Mijó


Esta narrativa foi uma pequena alusão a esta semana que passou..espero que gostem!

domingo, 20 de dezembro de 2009

-Nem te atrevas a pisar o risco!
-Tarde de mais, mãe, já pisei… – esboçando aquele sorriso que só ele conseguia fazer.

João Menino

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Quem és tu?

Um dia sonhei e procurei os teus cabelos ondulados como o mar, os teus olhos cor de céu, o sorriso como raios de sol, a tez como a areia dourada e o teu corpo a toalha onde me deito e descanso.
Quem és tu?
Desce se queres subir
Sofre se queres gozar
Chora se queres rir
Perde se queres ganhar

Pedro Dias

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Sabes?

Sabes voar? Não? Eu ensino-te a ganhar asas. Sabes viver sem respirar? Se não, eu ensino-te a aguentar. Sabes o que é amar? sei que não, mas vou tentar ensinar-te amares-me.

Catarina Garcias

PS: já não punha aqui texto há algum tempo. não sei se está alguma coisa de jeito...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

- Um nada, um todo, uma capa. Uma entranha codificada que ao pouco tenta aflorar, onde um vazio profundo é esmagado por superficialidades. Uma vontade e chama há muito perdidas, que talvez resultem num pedaço de algo impróprio, confuso e distante. Um ser desprovido de cor. Digamos que é assim que me sinto…

Com isto suspira, despedindo-se do último reflexo que observara de si próprio.


cati

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Uma última canção

Canta-me mais uma canção! Quero que o silêncio depois da despedida seja ainda um sopro da tua voz. Depois podes partir, se assim quiseres. Mas canta, canta-me um poema onde as palavras se despeçam da vida em tons de alegria. Para que o nosso fim tenha para sempre o som de uma canção que faça amanhecer o dia.

Carlos Lopes

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Porquê viver no limite se podemos saltar dele?
Pedro Dias

domingo, 6 de dezembro de 2009

Aqui estão mais duas micro narrativa, se bem que a primeira já tenha sido escrita há bastante tempo (quando eu andava no 7º, para ser mais precisa) e tenha sido escrita originalmente em inglês.

As lágrimas

Lágrimas são vagas da emoção, uma mensagem para o exterior. Elas esvaziam a alma da dor, do luto e de um emaranhado de outras emoções.
Lágrimas são o sangue da alma de uma ferida aberta no teu coração. Lágrimas são um bálsamo, mas as vezes a dor está tão profundamente embutida no teu coração que já não choras mais.
Lentamente, passas para um estado de completa indiferença e o teu coração gela cheio de feridas profundas, cicatrizes e golpes e deixas de amar…


Vontade de viver

Antigamente o tempo corria, os segundos passavam num instante e eu corria atrás deles tentando em vão acompanhá-los. Agora, já não sou eu que corro atrás do tempo, muito pelo contrário, é ele que se atrasa, obrigando-me a esperar impacientemente que ele volte a alcançar-me antes de partir outra vez, tanta é minha vontade de viver.

joana

sábado, 5 de dezembro de 2009

Sem sentido

- Tenho sono! - (boceja).
- Dorme.
- Mas... Não quero! - (resmunga).
- Dorme.
- Tenho preguiça! - (espreguiça-se).
- Dorme.
- Mas... - (já nada bate certo).
- Cala-te e dorme!

cati
Ela pergunta:
- Casaco com ou sem capuz?
- Com. Necessito-o em tudo.

cati

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Teste na Escola

Já vai algum tempo desde da ultima vez que deixei alguma coisa no blog. Mas garanto que li todas as micronarrativas que por cá passaram, embora não tenha deixado comentários na maior parte delas. Como os testes estão a acabar, acho que começarão a aparecer micronarrativas no blog mais frequentemente (pelo menos da minha parte :P ).
Já que estivemos todos ocupados com os testes, lembrei-me de fazer algo relacionado com testes e então decidi adaptar o meu texto do primeiro teste de português em formato de micronarrativa. Ficou menos banal e acho que até foi uma experiência que correu bem. O título é apenas simbólico.

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Teste na Escola

Foi um dia de céu azul com nuvens a tentarem pintá-lo. Enquanto olhava para uma simples parede feita de mosaicos quase quadrados preparava-me para aquele começo meio solitário. Era um momento parecido com tantos outros. Afinal aquele pequeno mundo é assim.

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Bom fim-de-semana,
Bernardo Viana Maya Vicente
Era uma vez... o fim.

Maria M. Ramos

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Disseste olá e eu, instintivamente, avaliei. Cabelo penteado pela mãe, gravata às flores, meias brancas, sorriso forçado. Ri-me, talvez um riso um pouco maquiavélico, e virei-te as costas. É tão bom ser eu.

nº 22
Tentativa de micro narrativa


Não se importou.
Caiu
e nunca se levantou.


Mariana
Após uma longa pausa (demasiado longa, alias) volto ao blog com mais uma micro-narrativa, que embora não seja exactamente micro, já é mais pequena que a primeira. Eu bem tentei encurtar só que eu adoro adjectivos, e para já virgulas, o que hei de fazer???
(O titulo ficou em branco porque eu não sei como hei de chamar o texto, quem quiser pode dar sugestões que eu até agradecia)
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Avança brutalmente, derrubando obstáculos, encurtando o espaço que existe entre os dois.
O murmúrio das pessoas atarefadas à sua volta extingue-se, Amália sente o seu corpo paralisar, somente os seus olhos acompanham o trajecto daquele monstro gigante e veloz que se aproxima.
Cerra os olhos e prepara-se para o embate, mas não sente nada de parecido, mas antes o corpo a liberta-se e a escuridão ilumina-se…
Acorda confusa, num quarto todo branco que está cheio de pessoas de batas, também elas brancas.
joana

Amores

Abriu o livro e escreveu:

Há amores que são assim. Sempre existiram e nunca acabarão. Nós é que não. Há amores que não deviam ser tão amores como são. Nós também não.

Depois sorriu.

Carlos Lopes

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Isto não é uma micro-narrativa! (parte IV)

Música nova. Desta vez é a minha adorada Joan As Police Woman!

Carlos Lopes

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Direi que... Estou apaixonada pelas riscas das meias que leva ao pescoço.



Acho que isto não é uma micro-narrativa, mas estava a pensar e simplesmente me apeteceu escrever...
cati
Sentado num rocha deixa a sua alma navegar pelo incerto, enchendo a brisa do mar com os infortúnios do passado.


cati

Calor de Inverno

O Inverno começava quando ela se vestia assim: um casaco pesado e quente, um chapéu da cor de um sangue que parecia ser o seu, iluminado, perturbante. Como ela, aliás. Há mulheres que não sabem ser de outra maneira, de outro jeito. Mulheres que sobram para além de tudo o que é perfeito. E quando esse Inverno começava, começava o Verão no meu peito.

Carlos Lopes

Talvez

Chamar-te-ei pelo nome quando me amares com o coração

Pedro Cal

Voar

Ele queria tanto voar que se atirou do telhado de um prédio...Foi direito para o céu.

Manuel Santos

Liberdade

Enfio o tédio num bolso, no outro o controlo sobre mim própria. Abuso da instabilidade eufórica nos momentos em que vale a pena ser infantil, para relembrar e reviver o feliz que fui. Que sou.

Marta Fatela

Liberdade

Quero libertar-me da minha infantilidade, da minha imaturidade, da minha irresponsabilidade, da minha instabilidade. Depois como me liberto do tédio?

Marta Fatela

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O homem e os seus demónios

Conta-se que foi tudo muito rápido. Que se foi deitar e que levou consigo, junto ao corpo, uma faca de fio muito cortante, que ele mesmo passara o dia a afiar. Nada mais se viu nem ouviu até ser manhã. Ao raiar do sol, o quarto era um manto de sangue e desalento. E há quem garanta que num canto do quarto, pequenos demónios dançavam em festa, em jeito de libertação.

Carlos Lopes

Lembranças Felizes

... pois era, lembras-te quando me lias aquelas histórias? e as nossas brincadeiras?
Estava ele sentado na relva primaveril, ainda molhada quando exclamou isto para o bloco de pedra que por três anos se mantinha inerte.
Mijó

Toque

Tiago Correia.

Toque
Sensações. Vivências. Sentimentos. É estranho que tudo tenha terminado com um simples olhar.
Caminhei envolta num manto escuro, desprovida de luz.
Foi então que descobri que é no negrume da noite que cintilam as estrelas mais brilhantes.

Maria M. Ramos

sábado, 28 de novembro de 2009

Um gesto

A tensão era demasiado sedutora, a curvatura secretamente apetecível, o desejo fortemente revelado. Certezas. Estava perdida num pensamento transparente, onde apenas sentia o calor dos seus lábios contra os meus.

cati

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

.

Amor, não. Alegrias, não. Rosas e afins meramente românticos, não. Tu sim.

Rita A.
Só depois de aprender a andar é que descobriu os pés.

João Menino
Chocaram. Trocaram impressões. Juntaram-se. Ele largou a mãe, ela largou o marido.

Gi

Esta micro narrativa tem um teor mais humorístico :P
A brisa fria e escura, matinal, arrancava sem carinho a palavra saudade do chão. Estava enferrujada e há muito que não se levantava da terra remexida. Desta vez -lo, mas não se voltou a deitar. É constantemente chorada por todos.
Ana
Numa tarde em que o sol ofuscava, dois amigos conversavam:
- Achas que há vida para além da morte?
- Não sei... Mata-te e descobre.

Gi

p.s.: Não sou sádica x)
Observava um enxame de abelhas. Afirmei que os humanos assim não o são.

Gi

Isto não é uma micro-narrativa! (parte III)

Só para dizer que há música nova para ouvir no blog!
Desta vez... Belle & Sebastian!
Bom fim-de-semana,
boa escrita,
bons sons.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Resistência

Quanto do meu esforço te parece inglório? Acabo sempre por andar nas nuvens, como gostas de dizer. Ao menos fosse essa a verdade escondida no mar dos dias. Mas não. A vida passa como se fossemos um balão ao vento e o vento pára sem nos avisar. Assim será quando soltarmos as mãos e fizermos jus ao caminho fatal da existência. Para já, mesmo que não gostes ou não queiras, vou vagando pelos ares do tempo, como bandeira que ondula em sinal de resistência.

Carlos Lopes

Sei

Não sei, não sabe ninguém. Mas mesmo que alguém soubesse, de certeza que não sei se saberia.

Henrique VS

Tive um problema, chorei, gritei, bati nas coisas, fechei-me num casulo até que uma voz entrou e me disse ao ouvido:sai cá para fora, sê homem, sê feliz.


Henrique VS

Uma má história

Não sabia o que fazer com tantas palavras. Não gostava delas e por isso decidiu subir ao cimo de um monte para as lançar ao vento. Foi o que fez. Subiu. Porém, antes de cumprir com a sua vontade, resolveu atirar-se juntamente com elas. Sempre achou que nas más histórias todas as personagens deviam morrer.

Carlos Lopes

O avesso do avesso

Adormeceu quando a manhã despertou. Sonhou que estava acordado e que brincava muito seriamente com amigos que não conhecia. Mais tarde, ainda cedo no sono que dormia, acordou com o nascer do dia, e era noite cerrada.

Carlos Lopes

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Escada

Depois de quase uma semana sem escrever, volto às micro narrativas não tão micro, é nelas que me sinto mais à vontade.
Tiago Correia.

Escada
O primeiro degrau foi fácil, logo, foi continuando. Ao décimo já sentia as pernas pesadas. Ao vigésimo, já não lhe restavam forças. Olhou para cima, com esperança de vislumbrar onde terminava o seu tormento. O que viu foi uma névoa sem fim, uma escadaria monumental.
A vida é difícil para quem não procura o elevador.
Tenho a impressão que este Mundo está de pernas para o ar!
Vejo as suas rugas contrariamente perfeitas, uma escuridão contrariamente ofuscante, uma curva contrariamente recta. O seu som desliza como dança num prato vazio e a sua cor enegrece face ao arco-íris. A cadeira encontra-se por cima da mesa e o peão permanece imóvel. A vida é justificada pelo sentido.
Salvem-me, está tudo doido!

Cati

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tempestade

Acordei de noite com uma tempestade silenciosa. Uma tempestade tão brilhante que escurecia o mundo e tão fria que aquecia a alma. Estava espantado com aquilo que via mas num despertar demasiado sonolento , adormeci...

Manuel Santos

Ciclo da água

Chovia. A gota que pingou da folha verde escorreu-lhe vertiginosamente pela face e esmagou-se, desamparada, no peito da camisola. Evaporou.
Joaquim Gonçalves

Câmara lenta

Não o seguiu a sombra quando tombou. Essa veio depois, lenta, cinzenta, como um eco ou um prenúncio esfumado no ocaso do tiro; e, quando se entornou no soalho, viu o sangue alastrar e tentou chegar-lhe.
Joaquim Gonçalves

Caminho

Chegou. Foi seguindo a vereda por entre sebes, áleas e caniços. Tropeçou, latejou, correu. Galgou e saltou. Parou. Por fim, pereceu.
Joaquim Gonçalves

Pária

Diz-se que veio de longe no inverno passado. Chegou, sem nome e sem rosto. Ficou uma noite. E depois mais outra. E outra ainda. Partiu sem nada levar e sem nada deixar. Ontem regressou e disse que se chamava Alberto. A polícia veio e levou-o. Para longe.
Joaquim Gonçalves

Fatalidade

O nome não interessa, nem o aspecto ou quando o fez. Bastou-lhe ter alcançado da varanda um lume na noite, sem medir onde os seus passos iriam encontrar o vazio.
Joaquim Gonçalves

Auto-estrada

O cão morto na berma não foi atropelado nem sucumbiu à velhice. Seria apenas a imagem de um cão morto, caso não se chamasse Fox e não o tivesse o dono envenenado e arremessado da janela do jipe.
Joaquim Gonçalves

Indiferença

Ontem cruzara os seus passos com os de alguém que nunca existira. Passara brevemente, sem notar que ninguém de si se apercebera. E seguira o seu caminho.
Joaquim Gonçalves

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

As Palavras Por Dizer

Tinha algumas palavras para gastar. Tirou-as do bolso e espalhou-as na palma da mão. Palavras caras e alguns trocos como sim, não, talvez. Pensou que o melhor era poupar as mais importantes para quando, mais à noite, falasse com ela.

Carlos Lopes

Palavra de honra

Dizia-se uma pessoa palavrosa. Comia sopa de letras devotamente, e como sobremesa só apreciava aletria. Sofria de bibliofagia. Era um homem de palavra, até que, num dia de vento, se apagou.

Carlos Lopes

Desilusão

Desta vez consegui escrever algo um pouco menos banal, mas não muito maior, que o meu último texto. Este texto, tal como alguns que já apareceram no blog, acho que vale a pena reflectir durante um bocado sobre ele.
Espero que gostem!

Bernardo Viana Maya Vicente

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Desilusão

Enquanto olhava para aquela excelência de palavras, um buraco apareceu por baixo da minha insignificância. Caí. Quando voltei a mim apercebi-me que estava num sítio igual, embora tivesse consciência que estava naquele local onde tudo era diferente.

Eu sabia

Eu sabia: algo estava errado. Quando te vi chegar e pronunciaste o que eu não queria admitir, tornaste tudo demasiado real. O meu coração ficou despedaçado, a dor insuportável, mas tentei respirar fundo porque, no meu íntimo, sabia que ia ficar bem.

Catarina Garcias Soares

PS: não sei se está bem, tentei reduzir e foi o que saiu, não está tão bom como os outros textos mas é o que consigo :D

Engolir lições

O rato é mais pequeno do que o elefante. Por isso, consegue fazer mais estragos sem que nós reparemos. E é por nos ensinarem uma lição de moral que as pessoas fogem de ratos e elefantes e não os incluem na sua dieta, preferindo comer bichos mais pacatos e menos sábios como vacas e peixes.


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Que acham? Eu gostei do resultado. :)


-JMS (João Serra)

Experiência

-Sabes, avô, já não há sorrisos como antigamente.
E o pai sorriu também.

Pedro Cal

domingo, 22 de novembro de 2009

Ganância ou Ambição?

Ganância ou Ambição?

Já tenho, já tenho! Mas quero mais, muito mais! Consigo tanto?

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Mais uma micronarrativa. As minhas próximas deverão ser um pouco maiores.

Até amanhã,

Bernardo Viana Maya Vicente

Viver

A vida sorriu-lhe. Não gostou. Para ele, tudo acabara nesse momento.

Pedro Fialho

Memória

A memória é como um labirinto: para a encontrar é preciso descobrir o caminho.

(A pedido de muitos leitores(1), envio outra micro-narrativa.)
Pedro Dias
Corri para tudo esquecer, mas não consegui.
Até que caí e aí tudo esqueci.


Pedro Dias

O Meu Mundo

Refugio-me no meu mundo insignificante, onde os pequenos tentam ser grandes.


Pedro Dias

sábado, 21 de novembro de 2009

Quando chegou a hora de escolher o caminho, ele escolheu o direito.

João Menino
(Parece que tem uma só interpretação, mas não tem, a sério!!)
- Olha aquelas nuvens, achas que as posso ter?
- Claro que sim, por enquanto só as tocas, mas um dia vais poder abraçá-las.
Dito isto fechou os olhos e sonhou. O que lhe disseram havia-se tornado realidade.

Mijó

Ainda

Saibam que ainda vos vejo, ainda vos sinto no chapinhar das poças, nas algazarras dos polícias e ladrões, ou sentados nos muros brancos da nossa inocência, quando olhávamos as meninas que passavam, e ainda ouço as juras íntimas de amor que fazíamos por elas. Ainda vos vejo nos olhares fugidios de quem passa na rua, nos gestos esquivos, ainda vos vejo nas caras dos outros ao meu redor. Ainda e sempre, também eu ao vosso lado.
Carlos Lopes

Um facto

Um facto: ontem, uma estrela explodiu por já não aguentar mais o estrelato de uma vida inteira.

Carlos Lopes

Inicio

Por tudo ter um inicio, acabou de começar o período para além do fim da vida.

Henrique vs

Persistência

Tiago Correia.

Persistência

Um homem teve um acidente que fez com que se tornasse impossível voltar a andar. Logo, saltava.

Vou pôr três micro-narrativas. Saíram as três seguidas, espero que estejam melhores...

- Tento projectar-me num futuro incerto, mas um ser superior impede-me. Grito, choro, permaneço. Ninguém me ouve.

- Sinto-me num jogo de marionetas, descoordenada e sem saber a minha posição.

- A sua insignificância é talvez poderosa. A sua imperfeição é algo perfeita. A sua nostalgia é devastadora. Sim, sou um ser estranho.


Cati

Eclipse




Eclipse

Imagina só aquele dia em que a Lua apareceu em vez do Sol.

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Bom fim-de-semana,
Bernardo Viana Maya Vicente
Com tantas portas por escolher, escolheu logo a porta errada e desvaneceu.

Guedes.

Andar

Andava. Andava horas a fio sem parar. E por isso, de tanto andar, nunca chegava.

Carlos Lopes
Sinto-te presente, mas ao mesmo tempo ausente, procuro-te por todo lado.Nada.
Estarei a delirar ?


Mr Guedes.

Ps: Digo desde já que sou o nabo, por isso sejam meigos :P
Ps2: E como não poderia deixar de ser seguindo o paradigma, eis que eu faço uma pergunta :P, peço desculpa por isso.
Arrisca, mesmo quando houver hesitação.

Gi

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Isto não é uma micro-narrativa! (parte II)


Contabilidade: 
mais de 60 textos em menos de duas semanas 
e mais de 1000 visitas!!! 
É Obra!!! 
Parabéns!!!

Carlos Lopes
Tossi, e o mundo veio atrás.


Alentejo

Espelho

Aqui está a minha segunda (primeira) micro narrativa do dia (e noite, pensando bem).
Tiago Correia.


Espelho
Durante uma crise devastadora, os líderes das grande potências mundiais reuniram-se e decidiram escavar o solo, buscando riquezas. Escavaram meses a fio, sempre sem nada encontrar. Um dia, as suas brocas chocaram com outras brocas, vindas de um mundo desconhecido. Curiosamente, ambas procuravam o mesmo.

Equilíbrio

Dado o meu interregno (há dois dias que não escrevo nada) e o facto de ainda não ter nenhuma micro narrativa verdadeiramente micro, lanço aqui a primeira de algumas. Não sei se a posso comparar com as aqui já postadas, tal é a sua qualidade da escrita dos meus colegas.
Tiago Correia


Equilíbro
A perfeição do perfeito está em não o ser.

O silêncio é música para os meus ouvidos.


Gi
A minha primeira tentativa de micro-narrativa. Não sei se chega aos calcanhares dos textos que estive a ler (que estão excelentíssimos!), mas tentei :) Postem críticas, boas e más. Que venham elas! :D



A nostalgia está presente, mas eu ainda o tenho.

Gi
Sempre foi um homem calmo. Mas certo dia escorregou no sangue que derramara ao chorar.

Pedro Cal
Ele era um ser superficial. Achava o embrulho melhor que o presente sem sequer o rasgar.

João Menino
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foi díficil controlar o impsulso da escrita, mas tentei!
Sentada num banco de jardim, acaricia a sua enorme barriga que não tardará a encolher. Um bando de andorinhas rabisca o céu azul e ela pensa para consigo, que estas acabam sempre por regressar a casa. Uma réstia de esperança invade o seu corpo e alma, mas logo se dispersa. Ele não vai voltar.

Patrícia
Acordei de manhã sem alma. Procurei-a em casa, procurei-a na escola, procurei-a no carro, procurei-a em todo o lado, só para me lembrar que ta tinha emprestado.

Manuel Santos

A Palavra Amigo



A Palavra Amigo

Fui ao dicionário, e encontrei umas poucas definições tolas. Em busca de algum significado procurei no fundo da alma, e lá estavam uns poucos e curtos nomes de algumas grandes histórias.

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Encurtei ainda mais no tamanho e espero que gostem :) .
Bernardo Viana Maya Vicente

A decisão

Foi no presente que o passado se refugiou. Fugi.

Mijó

Interior...

O seu poder é incomparável.
Observo, olho, analiso. Tento arranjar algum significado, descodificar o maravilhoso mistério que se encontra escondido. Tento, não consigo.
São tão grandes os sentimentos que nele penetram e tão variados os momentos que querendo ou não observa. São tão vividas as emoções, tão estrondosos os seus efeitos. Mais uma vez tento, não consigo.
Um estado de espírito, uma mentira, uma verdade podem ser evidenciadas. Um sorriso, uma lágrima, um grito, disfarçados. Quero ajudar, preciso de ajudar. Uma outra vez tento, não consigo.
Um brilho reflectido corresponde a mil pensamentos. Um alongar de forma, desejos secretamente revelados. Uma imagem, algo que se ama.
Fecho os olhos. Agora penso, descubro, ilumino.
Tento e sim,
Consigo.

Catarina Leitão

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Crescer... (actualizada)

Micro narrativa actualizada (espero que gostem) ^^



- Mãe...Cresci... – pronunciou isto com ar de quem estava arrependida de crescer e queria voltar atrás para repetir tudo outra vez.

Mariana


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Aqui está a antiga "micro narrativa" para se quiserem ler ^^


Crescer...

Não queria crescer. As coisas complicavam-se muito facilmente quando as começava entender.

Queria ficar assim, ausentavam-se problemas, ausentavam-se complicações que a atormentavam, – Pensamos de mais – tentava arranjar soluções para os enigmas da vida.

Reflectiu sobre isto após ter experimentado uma camisola que por sinal lhe estava pequena, logo de seguida disse:

- Mãe...Cresci... – pronunciou isto com ar de quem estava arrependida de crescer e que queria voltar atrás e repetir tudo outra vez. Com isto ficou a pensar, porque é que mesmo assim somos infelizes adquirindo tudo aquilo que alguns não têm nem por sombras... Logo de seguida um pensamento súbito lhe emergiu na cabeça: ”Pensamos demais.”

Sentiu um enorme afecto e ternura que lhe percorreu o corpo, tendo assim, vontade de chorar:

- Eu sei... – respondeu a mãe com uma porção imensa de emoção e sentimentos. Ficaram a pensar durante momentos, olharam-se fixamente nos olhos, e logo percebi, ambas queriam ver o mundo de outra forma.


Mariana






Escolher tudo

Quero mais, sinto-me preparada, mas os meus joelhos tremeriam sob o peso da responsabilidade. Quero menos, sinto-me esgotada, mas cansar-me-ia o tédio, entraria em decomposição. Oiço um caminho... e cheiro uma estrada. Passo pé-ante-pé por uma rua sombria... e danço exuberantemente num largo onde bata o sol. Sussurro docemente ao ouvido de um amigo e canto a plenos pulmões para um cúmplice. Quero que só tu saibas... Quero que todo o mundo conheça.

Marta Fatela

Confusa

bem aqui vai o meu primeiro texto! eu não tenho muito jeito para escrever, mas olhem foi o que saiu :D


Confusa
Deitei-me, fechei os olhos e fiquei a espera que o sono me invadisse. Nada. Aquela pergunta martelava na minha mente, ininterruptamente. Liquei a luz atabalhoadamente e dei por mim com um papel e lápis na mão. Os traços começaram a surgir fluidamente. O entusiasmo apoderou-se de mim de modo assustador. As imagens começaram a compor-se, distorcidas, arrebatadoras, sem sentido algum. O que era aquilo? Tristeza? Felicidade? Confusão. Parei e voltei à mesma pergunta: Quem sou eu?

Catarina Garcias Soares
"... Já não há cowboys, tenho de dizer, infelizmente, apenas bons da fita com ar deprimente. Porque tanta saúde simplesmente não pode ser saudável, há-de fazer mal à cabeça, é uma verdade inegável. Para mais dá que desconfiar e um gajo mete-se a pensar: não dá para acreditar onde é que viemos parar. Abaixo os novos heróis, tenho saudade dos cowboys, com um sotaque manhoso, e um bronzeado de mil sóis..."
Pacman, Da Weasel

Para ti

Aqui vai bomba! (citação da minha irmã, não tenho nada a ver com isso). Mesmo assim, espero que gostem!

Para ti

Para ti, ou melhor por ti, junto morosamente rabiscos sem qualquer significado aparente, chamam-se letras dizem-me eles, mas eu não tenho tanta certeza… porque para eles uma palavra é pura e simplesmente uma ideia, um conceito, algo tão frio, irrelevante e frívolo quanto eles próprios.
Para mim, uma palavra é um reflexo de ti, uma parte da tua essência, uma parte do teu sorriso, do teu cheiro, do teu olhar concentrado, da maneira como afastas o cabelo da cara, dos teus gestos, da maneira como mordes os lábios quando estas nervosa, insegura. É por isso que eu necessito tanto de palavras, que as absorvo e guardo dentro do meu ser, porque se eu entender as palavras que te compõem, então te entenderei.
Mas por mais palavras que encontre, que descubra e que perceba, elas não chegam para te descrever, porque quando comparadas contigo tornam-se incompletas, miseráveis, desprovidas de sentido. É por isso que sofro, por não conseguir entender-te.
Joana Vicente

Viagem ao Paraíso sem Deuses

Finalmente, consegui por a minha terceira ideia no "papel". Está a um tamanho mais reduzido, mas tem tantas ideias como os outros dois textos que eu escrevi
Interpretem como quiserem, talvez até interpretem melhor que eu. Em breve vêm mais duas micronarrativas.

Cumprimentos,
Bernardo Viana Maya Vicente

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Viagem ao Paraíso sem Deuses

Fechado na sua pequena caixa, acanhado a miseráveis coisas, lá está ele naquele beco sem saída. Vive naquele sítio onde o pouco sol é dormidor, mas ainda assim tenta iluminar aqueles que da pior maneira se querem tornar estupefactos com o seu redor. Pobre zote, aprisionou-se no seu próprio destino por vontade própria, conseguiu o que queria, um Paraíso sem Deuses, com a beleza da eternidade escura.

O mundo e o Mundo...

Sento-me.
O vento acaricia a minha cara ferida por gente amada. O oceano compõe uma melodia de calma, que contrasta com o ruído de casa. A Lua e as estrelas iluminam a sombra, causada pela passagem daqueles que me ensinam. Sinto que esta planta, espezinhada e massacrada, por mim e por tantos outros, deseja a minha felicidade mais do que me é possível compreender...
Esta companhia, que não fala nem grita, consegue comunicar comigo melhor do que toda a minha espécie junta... e isso não me admira.
Todo o mundo me percebe, embora ninguém no mundo o consiga fazer.
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Primeira micro-narrativa aqui! Estive a comparar com as outras, e talvez não seja assim tão "micro", mas parece-me um começo. E, se for muito grande, posso meter um traço por cima de metade do texto até caber no livro.

=D
-João Serra

Saudade

Cheiguei a casa. Estava uma carta para mim em cima da mesa. Veio-me à memória o que ele me disse antes do último adeus. Uma enorme quantidade de lembranças invadiram-me o pensamento. Ganhei coragem e rasguei o envelope. Depressa os sinais de saudade me escorreram pelo rosto. Onde estarás?

Margarida Coutinho
Como podem ver, o meu texto ainda nao tem título, nao me lembrei de nenhum...
O papel onde ele nasceu estava no meu bolso, amachucado, peguei e comecei a escrever, resultado: desastre após desastre! e aqui está o resulatado dos meus desastres, que a partir de um patinho (muito) feio, transformaram-se nalgo mais formoso!
have fun!!

João Menino

Do nada aparece… Ilumina caminhos, esmaga preconceitos e, cheio do seu oposto, acorda as pessoas para o amanhecer da loucura! Lentamente, desvanece-se, na luz da escuridão e cala-se… com um murmúrio ensurdecedor! Morreu? Não, ele ainda vive, persiste, luta interminavelmente debatendo-se no mais profundo íntimo, esperando o momento crucial para o seu majestoso regresso, quando menos esperamos, quando menos queremos, ele está lá… E no nada desaparece…

João Menino

Olhar

Era triste...Era frio...Era um corpo vazio que vagueava pelo mundo. Não sentia nem fazia sentir...Até te ver.
Quando trocamos olhares, num segundo demasiado pequeno, tal como Sol aquece a noite e a transforma em dia, aqueceste o meu coração só com o teu olhar. Mas como todos os sóis desapareceste no horizonte deixando o meu sangue gelar, ficando triste e frio...vagueando apenas com a esperança de te ver outra vez.

Manuel Santos

A cegueira

Não eram as lágrimas caídas do céu que molhavam o seu rosto, mas as do sofrimento.
A dor intensificava o desespero, permanecia e cada vez mais apaixonada. Lembrava e relembrava os poucos momentos de alegria, queria que toda aquela agonia desaparecesse, mas tal, só piorava. Apercebia-se cada vez mais da estupidez e da ilusão com que vivera até então, ao pensar que "tudo dura para sempre"...
Não foram palavras, não foram olhares, nem acções, mas o silêncio que se precipitou às palavras "Adoro-te" e "Desculpa".
Mijó
Desta vez escrevi uma micro-narrativa pequena :P
Espero que gostem!


Sinto-me Feliz

Vejo o mar. A sua cor e cheiro ofuscam as minhas tristezas, o seu som suave e tranquilo tocam no mais profundo do meu ser.
O seu toque gelado é um arrepiar de emoções e cada gota que desliza é uma recordação de pequenos momentos de felicidade. Um sorriso floresce na minha face. Não tento esconder, sou quem sou e sinto-me feliz.
Quero sentir-me assim para sempre.


Soraia

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Isto não é uma micro-narrativa!

PORTUGAL OLÉ, 
PORTUGAL OLÉ,
PORTUGAL OLÉ...

* Desculpem, não sei o que me deu...

Carlos Lopes

Porque escrever?

Escrever não é apenas esboçar rabiscos numa folha, não é apenas fazer com que as letras sejam bonitas, que as palavras estejam bem escritas e que as frases façam sentido. Escrever é expressar sentimentos, é percebê-los e senti-los de uma forma diferente. Há quem chore, há quem sorria, há quem corra, há quem se feche consigo próprio, e há quem escreva. Escrever é para alguns uma simples tarefa de obrigatoriedade, mas é para outros uma forma de estar na vida.

Henrique VS
Tudo o que escrevi anteriormente é sobre um suposto eu poético, mas este não tem a ver comigo. Apenas me apeteceu escrever sobre este tema...

Catarina Leitão

Um reflexo...

Um reflexo. Observo uma imagem à minha frente, uma imagem que não entendo, não reconheço. Analiso uma expressão vazia disfarçada num plano brilhante. Um brilho contraditório à realidade, um lábio num formato descaracterístico... As mãos, estas parecem-me na posição errada, tentando transpor um gesto que nada tem a ver com o que é. Muito sublime, está a característica ruga no meio da testa, as sombras acizentadas por cima do rosado das bochechas. Tento ao pouco descodificar mas... é difícil, angustiante. A figura encontra-se tão escondida e fechada no seu manto. Um refúgio transparente, negro, pesado.
Arrasto-me um pouco para o lado e tento arrancar o que observei, mas a memória não o permite...
Como me transformei em algo assim? Quem sou eu?

Catarina Leitão

Pseudo-Deus

Desta feita, tentarei arrancar à minha cabeça duas micro narrativas. Como sempre, interpretem-nas como quiserem.
Tiago Correia.


Pseudo-Deus


Fixa o seu olhar no azul. Sem esforço, alcança-o. É normal, tendo em conta que é a sua casa. Contempla as figuras que se agitam até ao horizonte. Talvez pensem que alguém se preocupa.
Pois ele tudo vê. Tudo sabe.
Há quem viva do amor. Ele alimenta-se do ódio. Do escárnio. De saber que será superior. Não supera dificuldades, apenas se dá ao trabalho de criá-las.
Mesmo assim, é amado por tantos...
O que é a solidão no meio da multidão? O que é a tristeza no meio da alegria? Será a vida? A inexperiência? Um sentimento profundo que habita à superfície? De que serve rir num mundo sem graça? De que serve descontrair num mundo medonho? De que serve saber que a solidão, a multidão, a tristeza e a alegria enriquecem a vida? De que serve saber que viver é o oposto de morrer? De que serve saber que morrer significa infelicidade? De que serve saber que infelicidade é o oposto de felicidade?
Quanto a vocês não sei, mas para mim, tudo isto nos faz feliz.
E ser feliz é saber viver...

Umbelino, José
No meia da cidade, as luzes brilham, mas o escuro prevalece. A vida continua, mas a morte parece gritar mais alto. Um sorriso esboçado, abafado pelo choro e tristeza, tenta sobressair na noite escura, mas brilhante. A alegria sai de casa, mas é atropelada pela infelicidade. A tristeza ganha. Após os festejos, o Sol espreita.
Começa um novo dia...

Umbelino, José

Ponto de situação!!!

Isto não é uma micro-narrativa! É um ponto de situação. Até ao momento, em praticamente todos os textos, há questões colocadas, do tipo "quem sou eu?", "porquê a mim?", "será que...?" e outras interrogações do género. O que vos proponho é que a partir de agora eliminem esse tipo de expressões. Vão ver que os textos tornar-se-ão mais "adultos". Outra coisa: tentem não fazer dos vossos textos, momentos de escrita muito "cerebrais". Optem pela simplicidade de processos, pela utilização de palavras banais... Os ingleses têm uma expressão muito curiosa (e pejorativa) para as manifestações artísticas que são ostensivamente pretensiosas. Dizem que são clever-clever. Tentem que as vossas não sejam assim, ok? O mais difícil é fazer simples. E continuem a escrever...

Carlos Lopes

Vácuo

Ideias....enchem o vácuo que é uma mente suplantada pela inactividade, pelos pensamentos banais e pela falta de inspiração.
Pensamentos abençoados por mentes torturadas pela sua falta, que rezam por uma inspiração...uma ideia.
Todos as queremos, mas nem todos as temos... Num mundo em que as têm se sentem iluminados e aqueles que não as têm sentem-se amaldiçados num esforço desumano para as ter.

Manuel Santos

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sentidos

Acordou diferente. A expectativa da mudança, da novidade. Saiu para a rua com os sentidos apurados, viu novas cores, ouviu sons curiosos, sentiu cheiros mais doces, experimentou texturas.

De um momento para o outro ficou escuro, deixou de sentir. "Não quero voltar ao que fui!". Tropeçou e caiu. Sem amparar a queda com as mãos. E assim ficou, estatelado, uma hora, um mês, um ano? Até que decidiu. "Não vou voltar ao que fui!"

Mas e a força? O sorriso? A cor? O som? O cheiro? A textura?

Ergueu o queixo. Desesperado, procurou. Então descobriu um olhar. “Anda, levanta-te.” “Não saio deste fosso tão depressa. É demasiado fundo.” “Não vês que é só um buraco na estrada? Anda. Levanta-te.”

Tocou-lhe na mão. Sentiu-a! Quente, algo áspera, tremia de esforço. Olhou de novo e viu cor naqueles olhos. Dourados, esverdeados. Magnéticos. Já não conseguia não ver.

Inspirou. Cheirou-lhe a lágrimas. Tocou-lhe na cara, no rasto húmido e quente de uma amizade pura.

“Não chores!” “Conseguiste.” “Não me largues!” “Nunca… Não me esqueças.” “Nunca.”

Marta Fatela

Nota

Será uma conclusão, ou simplesmente um novo começo?

Conclusão

Uma conclusão a uma linha de pensamento, exprimida em forma de micro-narrativa.
Tiago Correia.

Conclusão

O tormento linear dos dias inconsistentes chegou ao fim. A visão turva de um clarão em aproximação deixa os ignorantes sem liderança, despojados do seu falso sentido de segurança.
Que entidade nos salvará da perdição? Que ser mitológico ascenderá das profundezas do esquecimento para pôr fim a esta tortura celestial? Está tudo traçado, só nos resta esperar.

Palavras Insignificantes

O modo como juntas as palavras, como as conjugas com gestos e expressões...
Poderias dizer as maiores parvoices do mundo que continuaria a adorar.
Aqueles teus momentos em que não dizes coisa com coisa...vais enunciando palavras que não têm qualquer relação lógica.... São os que mais gosto. Não preciso de tomar atenção ao que queres dizer e deixo-me envolver pelo teu discurso....
Palavras insignificantes, compreensão desnecessária...um prazer constante.
Delicio-me...Adoro.

Pedro Fialho

Percebes?

Porquê? Porque é que foste embora sem dizer adeus? Sem ouvir um último “Amo-te”? Choro, mas não mais ao teu ombro. Quero voltar atrás, dar mais um abraço, mais um passeio pela praia de areia molhada onde me levavas quando tinha uma pequena idade. Quero ter mais silêncios que só tu e eu conseguíamos perceber. Ouvir mais histórias de princesas e afins inventadas no momento, para me fazer sorrir um pouco. Choro com mais força. Sinto-me egoísta por me ter esquecido de ti, por não te ter dado o devido valor, por te subestimar. Como eu quero voltar a ver esse teu sorriso luminoso que me contagiava, tu que tornavas o mais simples, especial. Não, não te perdoo por teres ido. Odeio-te! Amo-te…

Rita A.
Bem aqui vai a minha tentativa, espero que gostem :)


Amizade

Nunca pensei que a dor e a saudade de perder um amigo fosse tão profunda e dolorosa. É como sentir que me vou perder, ficando solitária num Mundo gigante.
Pensar que nunca mais verei aquela cara alegre e o sorriso acolhedor que nos encaminha para mais um dia positivo, entristece-me a alma. E por vezes vejo a sua face perto de mim e ao mesmo tempo longe, não podendo abraçá-lo e dizer-lhe o quão falta eu sinto dele.
Quem me fará rir quando a melhor coisa que posso fazer é chorar? Quem me apoiará se eu cair?
Perder uma amizade é um passo difícil de dar.

Soraia
Aqui estou eu outra vez, com mais DUAS micro narrativas! Uma delas foi inspirada nos comentários que o stor me faz sempre "olha a pontuação...", "tá com erros ortográficos" e neste texto vou mostrar a minha teimosia :D
No segundo texto... bem... façam vocês a vossa interpretação!!

João Menino

Gramaticalmente (in)correcto

Eu simplesmente adoro escrever livremente, pôr letras Maiúsculas no Meio das Frases e minúsculas no início, pôr pontos e vírgulas em excesso, ou não as pôr de todo e também começar frases por "e" e "mas"... é uma sensação de liberdade!!! tb gosto de fzr abrviaturas, cm letrs a menos e, já agora, gosto de fazer aqueles smiles engraçados com sinais de pontuação ^^, acho que dá ênfase ao texto xP
Tenho uma escrita singular, às vezes parece-me óptima, outras vezes uma porcaria, mas acho que a escrita me caracteriza, tal como há pessoas que escrevem milhentos verbos separados por vírgulas.

Tou a pensar criar um tipo de escrita só minhas…sei que parece egocêntrico, mas o que acham? xD
João Menino
Tocar e não sentir, um vazio cheio de esperança, aquilo que eu esperei toda a minha vida chegou, ou não…
Impossível definir, como duas mil facadas que não doem, um toque excitantemente ardente… não, não posso olhar, não posso cair na tentação, não posso… mas faço-o, porque o desejo carnal é instintivo, os valores desmoronam-se e aquele poder toma conta do meu corpo frágil e ridículo de ser humano.
Sons profundos, apodera-se o ambiente forte e possuidor, o rufar interior dos corpos fundidos no momento. Nasceu o fruto da proibição não proferida.
Acabou, olho mais uma vez e tinha desaparecido, tão rápido como o sonho, excedeu as expectativas…
Errei, mais uma vez desiludi-me e mais uma agulha penetrou na minha consciência, um momento marcante, único, raro…
João Menino
Primeira tentativa de micro-narrativa. Espero que gostem...
Cati

Algo inatingível...

Uma lágrima desliza majestosa e poderosamente no seu rumo. Segue num caminho repleto de certezas, de sonhos e com horizontes traçados. Tento acompanhar o seu caminho mas algo me impede...
Uma força talvez surreal faz-me estremecer e prender onde me encontro. Uma voz desconhecida irradia um som que me quebra o raciocínio, o meu desejo. Tento avançar, lutar, mas apenas consigo que uma onda de impotência me trespasse a alma. Porquê? Porque não me consigo libertar do sentimento? Porque não me consigo afastar? Porque não consigo suster a força e magnitude desta pequena lágrima, que agora segue brilhantemente no seu caminho? Porquê?
Não sei. Simplesmente desejo, sonho, idealizo. A lágrima atingiu o seu fim. Consigo sentir o seu sabor salgado no meu lábio.


Catarina Leitão

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Perguntar?


Para quê perguntar quando sabemos a resposta? Respostas que não queremos ouvir pronunciadas, mas que mesmo assim, existem. São essas respostas que nos torturam, magoam e doem. Anseio fazer a pergunta à qual já sei a resposta, esperançosamente aguardando uma resposta contrária ao seu puro significado. Sabendo a resposta, mas não a querendo entender, esperando que seja diferente.

Será esta resposta a Realidade?

Mariana

Realidade Imaginada

Aqui está a minha primeira tentativa. Sinceramente não sei se mereçe estar junto dos outros textos já publicados, que me assustaram inicialmente.
Espero que gostem.

Pedro Fialho

Realidade Imaginada

Inicialmente apenas a sua beleza era visível.

Com o passar do tempo, do conhecimento e do sonho, esta enriquecia-se...pequenos adereços colavam-se e agarravam-se a esta imagem que dava passos em direcção à perfeição a todos os instantes... o tempo apenas lhe trazia uma crescente melhoria.

Aproximava-se da perfeição, estava apenas a escassos milímetros de a atingir... nesse mesmo instante penso...reflicto racionalmente pela primeira vez sem a influência da sua presença psicológica em mim.

Seria este ser mais do que uma pessoa normal? Alguém acima do vulgar indivíduo?

Percebi que não... era apenas uma ilusão.

Uma vulgaridade profundamente escondida.

Compreendo então que esta superioridade se encontrava em mim, na minha imaginação, na minha recriação daqueles momentos que se embelezavam com o passar do tempo.

Era uma outra pessoa...criada por mim.

E se seria melhor se fosse esta a que existisse? Nunca descobrirei.

Pedro Fialho