quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Despedida

Olhava o azul do céu, sentindo agudamente a voz do longínquo infinito. Portas abertas, sonhos adiados, à margem dos abismos de água.

Tocou a grade fria, num arrepio cortante daquela manhã de Inverno. Onde estaria que nada dizia, porque não o revia no horizonte que não acaba nunca? E ele que não aparecia, aquele rosto que já se esquecia no silêncio cortante de quem não conseguia mais ouvir aquela voz. E o eco do surdo grito da memória avançou para ela. Agarrou a madeira suja da solidão sem fim e, rodando sobre o seu próprio abismo, fechou a porta da alma que não amanhecia.

cati

2 comentários:

  1. cati, que bonito. bonito mesmo.

    "agarrou a madeira suja da solidão sem fim e, rodando sobre o seu próprio abismo, fechou a porta da alma que não amanhecia."

    um poema numa frase.

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  2. nem estou a acreditar no que acabei de ler. :O mereces os PARABÉNNNNNNNNS!!!!

    ANA OLÍMPIO

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