Esboçou um sorriso nervoso no instante de fechar o envelope. Beijou o papel imaginando o rosto apetecido, e nessa breve visão de luz provou o sal das lágrimas que choraria por ele. As palavras que acabara de escrever já não lhe pertenciam. Nem as palavras, nem o coração que nelas ia.
* esta micronarrativa foi feita a ouvir Love Letter,
do meu adorado Nick Cave.
Carlos Lopes
Belíssimo.
ResponderEliminarao Carlos
O tempo não precisa de ser tempo e
o silêncio não precisa de ser música;
mas a tua letra feriu, doeu,
marcou uma parte da alma
partida.
Por isso fui mais longe,
algures entre o rapaz que se esconde na mochila
a rapariga perdida pelas pedras da calçada
ou o floco que sempre esperei ver cair.
Era um suspiro apertado que se soltava,
um pulo nos cachecóis
e acabavam-se as linhas apertadas,
- o bico do lápis voava pela sala.
Lindo stor!!
ResponderEliminarE a música também
sempre bonito...mas longe
ResponderEliminarhá por aí um envelope que voa cheio de palavras por dizer...
Aos anónimos,
ResponderEliminarTenho pena que não se identifiquem:
a) até porque o texto do primeiro comentário anónimo está bem melhor do que a minha narrativa!
b) julgo que não errarei se disser que o 2º anónimo é de uma ex-aluna minha, mas ficará sempre a dúvida...
c) as palavras do 3º anónimo são poéticas qb para que a minha curiosidade se manifeste.
d) tudo isto para vos pedir que se identifiquem. Pode ser?
Carlos Lopes