quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O mundo e o Mundo...

Sento-me.
O vento acaricia a minha cara ferida por gente amada. O oceano compõe uma melodia de calma, que contrasta com o ruído de casa. A Lua e as estrelas iluminam a sombra, causada pela passagem daqueles que me ensinam. Sinto que esta planta, espezinhada e massacrada, por mim e por tantos outros, deseja a minha felicidade mais do que me é possível compreender...
Esta companhia, que não fala nem grita, consegue comunicar comigo melhor do que toda a minha espécie junta... e isso não me admira.
Todo o mundo me percebe, embora ninguém no mundo o consiga fazer.
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Primeira micro-narrativa aqui! Estive a comparar com as outras, e talvez não seja assim tão "micro", mas parece-me um começo. E, se for muito grande, posso meter um traço por cima de metade do texto até caber no livro.

=D
-João Serra

6 comentários:

  1. Posso comentar com uma pequena narrativa? O título desta micro-narrativa lembrou-me de um texto que escrevi há já algum tempo (há cerca de dois anos). É um pouco extensa quando comparada com as micro-narrativas aqui partilhadas.

    Folha De papel

    Sabe bem escrever e libertar emoções, sentimentos, pensamentos e ideias. Sabe bem fazer arte. Transformar algo abstracto, existente apenas na forma de pensamento em algo sólido, marcado pela tinta no papel, para depois ser novamente transformado em ideias, pensamentos, sentimentos e emoções.
    Aqui, numa simples folha de papel, tudo é possível. No “mundo real”, como lhe chamam, não podemos dizer, fazer, observar, querer, comentar, descrever, mostrar e poder aquilo desejamos. Na folha de papel os limites são apenas o tamanho dela.
    Ainda em crianças nos pedem textos sobre o mundo. Fazem mal. Deviam pedir textos sobre o Mundo. Aquele que nos rodeia, que amamos, que desejamos… Que nos oferece a liberdade que uma folha de papel também nos dá. O Mundo não é o mundo. A diferença que há entre os dois, para além do “M” maiúsculo e do “m” minúsculo, é precisamente aquela que quisermos. Qualquer coisa. Existe sempre. Pode ser ou não real.
    Folha de papel. Talvez a maior invenção que o Homem tenha produzido. O que tem de mal? Sim, as árvores destruídas no processo. Aquelas que são eternizadas, consolidam ideias, expressam sentimentos, gritam uma mensagem ao mundo, unem dois amores por um poema, fazem a paz por um tratado, alegram por jogos, embelezam por desenhos e pinturas…
    Deixo aqui um pedaço do meu Mundo nesta folha de papel, para que todos possam ler e desperdiçar minutos da vossa vida ou aproveitar para alguma coisa. Seja como for, deixo-vos, aos ignorantes e aos sábios, aos interessados e aos desinteressados, um pouco do meu pequeno Mundo…


    Filipe Dumas, 14 de Novembro de 2007

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  2. Bernardo Viana Maya Vicente19 de novembro de 2009 às 20:27

    Adorei este texto! Foi uma optima maneira de começar e este é um dos textos iniciais mais "micro" como tu dizes.
    Podes ter a certeza que me encheste a cabeça de pensamentos e curiosidades. Espero que escrevas muito mais!

    Bernardo

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  3. como é que és capaz??? GOSTEI mesmoo :D está tão bonito... ~
    e não vais meter um traço por cima de metade no texto! proibo-te!

    Catarina Soares

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  4. Este sendo o primeiro, já está bastante bem. Não tenho absolutamente dúvidas nenumas que vais melhorar. Este texto fez-me lembrar umas coisas...
    Gostei muito joao (:

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  5. Lindo! apoio a catarina nem te atrevas a por um traço por cima! ;)
    Adorei... Parabéns

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  6. Boa, João. O teu texto tem momentos muito bons!

    Carlos Lopes

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